sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Ozymandias

Ozymandias é o nome grego do faraó Ramsés II, e também o codinome de um personagem dos quadrinhos e do filme Watchmen. O reinado de Ozymandias é considerado o período mais glorioso do Egito antigo, e o vigilante Ozymandias é considerado o homem mais inteligente do mundo. No filme, Ozymandias cita o trecho de um soneto de Percy Shelley. O soneto completo e minha tradução livre vão a seguir:

OZYMANDIAS

I met a traveller from an antique land
Who said: Two vast and trunkless legs of stone
Stand in the desert. Near them, on the sand,
Half sunk, a shattered visage lies, whose frown

And wrinkled lip, and sneer of cold command
Tell that its sculptor well those passions read
Which yet survive, stamped on these lifeless things,
The hand that mocked them and the heart that fed.

And on the pedestal these words appear:
"My name is Ozymandias, king of kings:
Look on my works, ye Mighty, and despair!"

Nothing beside remains. Round the decay
Of that colossal wreck, boundless and bare
The lone and level sands stretch far away

OZYMANDIAS

Conheci um viajante vindo de uma antiga terra
Que contou: Duas grandes e desmembradas pernas
Estão de pé no deserto. Na areia, perto delas
Um semblante destruído, os lábios cerra

Com a face de impávido comandante esculpida
Mostra que o escultor conhecia bem sua personalidade
Que ainda sobrevive estampada nessas coisas sem vida,
A mão que zombava e o coração cheio de vaidade.

E na base do pedestal estas palavras se subscrevem:
"Meu nome é Ozymandias, rei de todos os reis.
Contemplem as minhas obras, ó Poderosos, e se desesperem!"

Nada mais se vê, nada mais resta. Na decadência que se fez
Em torno dessa ruína colossal, árida e ilimitada
Se estende pelo infinito a planície de areia desolada.

O soneto parafraseia a inscrição do trono do faraó, como contada por Diodorus Siculus em seu Bibliotheca Historica: "Rei dos reis sou eu, Ozymandias, se alguém conhecer quão grande eu sou e onde eu estou, deixe que supere um dos meus feitos."

O tema central do soneto é a efemeridade de todos os líderes e dos impérios por eles construídos, não importa quão poderosos tenham sido em seu tempo.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Cameron, de Curtindo a Vida Adoidado

Cameron é a sombra do Ferris em Curtindo a Vida Adoidado. O sidekick. Mas o que deu na cabeça desse cara? É estabelecido no filme que ele tem um pai furioso, que ama mais o carro do que ele. Não obstante, Cameron deixa Ferris convencê-lo a tirar da garagem a Ferrari do pai. Ferris diz que é a única maneira de concencer o diretor da escola de que ele é o pai de Sloane, para tirá-la da aula. Mas há outro carro na garagem. Um carro antigo, tudo bem, mas é um clássico de colecionador e poderia ter sido usado em vez da Ferrari.
Olha o carro ali atrás.

Cameron não consegue dizer não a Ferris, e acha que o maior problema dele é que não enfrenta o seu pai? Grandes coisas, se você se mostra absolutamente influenciável pelo seu colega adolescente. Eles saem com a Ferrari, e desde pequeno eu considerei essa uma péssima escolha, mas há mais. Depois de executar o plano com sucesso, em vez de levar o carro pra garagem antes que o pai de Cameron descobrisse, eles resolvem deixá-lo num estacionamento, e a consequência é que dois guardadores fazem o odômetro da Ferrari visitar o quarto dígito, coisa que jamais havia acontecido. Qual a solução que Cameron dá a esse problema? Joga o carro do pai no despenhadeiro nos fundos da garagem, porque é muito melhor que o velho veja o carro completamente destruído que com dígitos a mais no odômetro.
Assim ele não poderá verificar a quilometragem.

Dadas as pistas deixadas ao longo do filme sobre a índole do progenitor, acho justo supor que Cameron foi assassinado pelo seu pai quando ele chegou em casa. Alguns vão usar o mesmo discurso de Ferris Bueller para contra-argumentar. "A vida passa rápido demais. Se você não parar e olhar em volta uma vez ou outra, você poderá perdê-la..."

Se você jogar a Ferrari que seu pai ama de um penhasco, também. RIP, Cameron.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Quint, de Tubarão

Quint é o personagem de Robert Shaw no filme Tubarão, de 1975. Ele aparece no filme impressionando a platéia com sua capacidade de caçar tubarões, mas decepciona. Quint interrompe um debate arranhando um quadro negro, fazendo um barulho horrível e anuncia que por 3 mil dólares ele acha o tubarão assassino que sitiou a cidade de Amity. Logo em seguida ele diz que por 3 mil ele apenas acha o tubarão, mas para matá-lo custará 10 mil. Aí a gente fica pensando em que consiste a primeira opção? Ir ao mar, apontar para o tubarão e embolsar a grana? Mas deixemos essa parte de lado. O filme deixa claro que Quint é mesmo capaz de fazer o que prometeu, pois sua casa está completamente decorada com mandíbulas de tubarões. Quint também conta, bêbado, como escapou do naufrágio do USS Indiana, durante a segunda guerra mundial, quando o navio foi torpedeado e dois terços da sua tripulação foi devorada por tubarões. Tudo indica que o homem sabe lidar com o bicho que povoa os pesadelos da humanidade. Porém, quando o tubarão do título ataca o barco, o inusitado acontece. Sam Quint simplesmente escorrega para dentro da boca do monstro. O personagem que o filme passou quase duas horas retratando como um durão assassino de tubarões simplesmente cede à lei da gravidade e vira refeição. Todo mundo tem direito de errar uma vez na vida, mas desse jeito? E logo após destruir o rádio comunicador E o motor do barco, deixando os outros dois tripulantes completamente na mão? Teria sido mais útil e produtivo ter deixado Quint bêbado na sua mansão de dentaduras de tubarões.
Parabéns, Quint!

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Por mais presídios

O Brasil precisa de mais presídios. Os criminosos brasileiros não cabem todos nos presídios que temos. Precisamos de mais presídios, maiores e melhores. Precisamos que a polícia prenda, que o judiciário julgue e que o meliante cumpra a pena no presídio. Sem indultos, sem progressão de pena. É necessário que ele seja privado da liberdade. Seria razoável também que ele fosse obrigado a pagar pelos gastos que proporciona à sociedade trabalhando no presídio. Embora hoje isso seja inconstitucional. Seria ótimo também que seus familiares não recebessem nenhum tipo de auxílio financeiro. Os políticos demagogos dizem que não devemos gastar dinheiro com presídios e sim com escolas. Não constroem nem uma coisa nem a outra. Dizer que precisamos apenas de escolas é só uma desculpa para não construir presídios com capacidade e segurança maior. Também queria extraditar Cesare Battisti para a Itália e poder ter auxiliado os dois pugilistas cubanos a desertarem.