quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Poema de G. K. Chesterton, tradução minha

Da autoria de um bebê que não nasceu

Se as árvores fossem altas e a grama curta,
Como em algum conto maluco,
Se aqui e acolá um mar fosse azul
Além do branco que ofusca,

Se uma bola de fogo pendesse no ar
Para me aquecer durante o dia,
Se cabelo verde crescesse nas altas montanhas
Eu sei o que eu faria.

No escuro eu permaneço; sonhando que há
Grandes olhos, frios ou gentis,
E ruas tortas e portas silenciosas,
E homens detrás delas a morar.

Que as nuvens negras venham: melhor uma hora
Sair para chorar e lutar,
Que toda a eternidade a governar
Os impérios da noite a fora.

Eu acho que, se me deixassem
Adentrar o mundo e lá fazer morada,
Eu seria bom durante todos os dias
Que eu passasse na terra encantada.

Não ouviriam de mim um gemido
De egoísmo ou desdém
Se apenas eu encontrasse a porta
Se apenas eu fosse nascido.