domingo, 30 de junho de 2013

Postagens do amigo Luiz Fernando Vaz no Facebook

Aborto

O problema do Estado em legislar sobre o comportamento humano está essencialmente na mediação abusiva entre o ato propriamente dito e a consciência humana. Quando o Estado garante o direito irrestrito ao aborto, por exemplo, ele desumaniza o ato individual. O que na esfera pessoal é sempre um 'drama' passa a ser, na esfera social, uma fria estatística - é a mesma diferença essencial entre o homicida que faz questão de executar pessoalmente suas vítimas e o tirano que ordena execuções através de um memorando. Tendo a crer na expiação do homicida, mas não creio com fé na expiação de uma sociedade culpada. Aí me perguntam: "mas uma mulher não tem direito de abortar?" Respondo. "Tem." O que ela não tem é o direito de socializar o seu drama repartindo sua parcela de culpa por toda a sociedade. O mesmo digo da adoção de crianças por gays. Perguntam novamente: "Qual o problema dos gays em adotar?" Respondo: "Nenhum". Mas novamente reitero a diferença entre o acontecimento do drama pessoal do abandono de uma criança e a impessoalidade de uma legislação que só enxerga obstáculos burocráticos. Uma coisa é um arranjo íntimo com todas as suas consequências psicológicas e existenciais, outra é um arremedo frio e industrial de reparação.

Homofobia

Debochar de Marco Feliciano acusando-o de ser um 'gay enrustido' não seria 'homofobia'? Ora, se você acredita diminuir a moral de alguém dessa forma é porque algo na condição homossexual tem de demérito. Se procuro atingir a inteligência ou a falta de inteligência de alguém xingando-o de 'burro' é porque acredito que o alegado demérito do animal justifica a comparação. Fazer uma montagem debochada de 'Marcos Feliciano' retratado como um travesti espalhafatoso não seria um preconceito contra os mesmos travestis espalhafatosos? O que tem de mal em ser um travesti espalhafatoso para que isso possa ser ofensivo a Marcos Feliciano? Espalhar maldosamente uma suposta declaração de que o ator Alexandre Frota 'ficou' com Marcos Feliciano não seria uma ridicularização desse tipo de relacionamento? O politicamente correto faz uma estranha justiça: combate a ofensa elevando a enésima potência o direito de ofender.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Pelo direito dos triângulos de quatro lados

Notícia bombástica!

Numa votação histórica hoje, o parlamento brasileiro decidiu, à luz da evolução social, que é discriminatório dizer que uma forma de 4 lados não pode ser um triângulo e que o governo brasileiro deve reconhecer a legalidade dos triângulos de quatro lados imediatamente.

"Apesar das instituições claramente preconceituosas que afirmam que isto seja impossível, é na verdade um assunto de preferência pessoal", diz Marxilena Oiapoque, especialista nos direitos das minorias oprimidas, "Hoje obtivemos uma grande vitória para os direitos civis de todas as pessoas em todos os cantos. Crianças no país inteiro têm nascido com mais propensão a ser melhores em Português ou em Artes. Por que deveríamos discriminar algo que é claramente um fator genético?"

Os ativistas têm combatido o conceito quadradofóbico de Pitágoras por décadas, mas apenas nos últimos anos é que essa causa tornou-se melhor conhecida pelo público, e a ideia progressista acabou se propagando entre os jovens, pois todos têm pelo menos um ou dois amigos ruins de geometria. Muitas escolas agora têm clubes que tentam promover e defender o direito desses PRGs (Pessoas Ruins de Geometria), tornando esse tema tão corriqueiro que os reality shows atuais sempre trazem pelo menos um PRG, fazendo dessa característica seu cavalo de batalha no programa, apesar do fato de apenas algo em torno de 4% da população ser PRG.

O Brasil é a 12ª nação a legalizar os triângulos de quatro lados. A maioria das instituições que tradicionalmente pensaram e estudaram o triângulo como tendo apenas três lados continuaram a ser preconceituosas. Outras acharam que estava ok, assim como muitos jovens cristãos, que passaram a opinar: "Jesus nunca disse nada sobre triângulos. Nem uma coisinha sequer. Nosso salvador crucificado que disse que o mundo iria nos rejeitar assim como o rejeitou claramente nunca mencionou que cristãos precisam ousar sacrificar qualquer coisa para acreditar nele. Ele nunca iria querer que os PRGs ficassem infelizes. A propósito, precisamos de patrocínio de estatais e mais fundos governamentais."

Alguns preconceituosos afirmam que um triângulo de quatro lados é não apenas ilegal, mas também impossível. Muitos professores de universidade ensinaram, "Por definição, um triângulo de 180º. Um triângulo de quatro lados é uma contradição de termos, porque não apenas está descentrado da triangularidade, mas também não possui 180º." Essa é claramente a declaração de um idiota anti-ciência, se apegando desesperadamente à sua religião.

Marxilena Oiapoque continua a explicar que "As pessoas redefinem a realidade como bem entendem, a seu bel-prazer. O Sul dos Estados Unidos redefiniu os afro-americanos em um dado momento como sendo uma propriedade. Os alemães nazistas redefiniram os judeus, homossexuais e ciganos como sub-humanos? Claro que sim! Tudo o que qualquer coisa é, é porque as pessoas querem que ela seja, em qualquer tempo, a despeito do fato de não ser assim que a democracia funciona, nem o Teorema de Pitágoras, nem a Causa Final e a Causa Eficiente de alguma coisa, nem seu Telos, nem a teoria da Lei Natural de Platão extrapolada durante vinte e seis séculos pelas mentes filosóficas mais inteligentes que a história já conheceu e nem mesmo o senso comum."

terça-feira, 25 de junho de 2013

Olavo perde a paciência:

Aviso: Não peçam meu apoio a nenhum movimento que seja "contra a Dilma", "contra o PT", "contra os corruptos" ou coisa assim. 
Só apóio o que seja
CONTRA O COMUNISMO
CONTRA O FORO DE SÃO PAULO
Estou muito velho para perder meu tempo com VEADAGENS CÍVICAS.

A esquerda inventa mil novas propostas, mil novas leis, mil novos programas, sabendo que uns irão adiante, outros serão barrados, mas TODOS manterão a direita ocupada em discussões sem fim enquanto o poder do Foro de São Paulo cresce de um modo ou de outro. Por exemplo, se o casamento gay é aprovado, é uma vitória. Se é rejeitado, dá ocasião a novos protestos. E assim por diante. Do mesmo modo, o Foro ganha com o sucesso do PT, que amplia os seus meios de ação, ou com o fracasso do PT, que é capitalizado como argumento em favor da "ruptura".
Hegemonia é isso: é dominar o tabuleiro e ganhar pelos dois lados.
CHEGA de discutir propostas uma a uma. O que é preciso é queimar a raiz de onde TODAS elas nascem.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

CAOS E ESTRATÉGIA (I)

Olavo de Carvalho

Nossos liberais e conservadores lêem Ludwig von Mises e Friedrich von Hayek e, vendo que eles tratam o marxismo como uma pseudo-ciência econômica, concluem alegremente que ele não vale nada, não merece maior atenção. Acontece que o marxismo enquanto ciência e técnica da ação revolucionária não depende em nada da “base econômica” que nominalmente o sustenta. Essa ciência e essa técnica são de uma exatidão assustadora e não podem ser compreendidas só com a leitura dos “pais fundadores” do movimento ou com a da sua crítica liberal: requer o acompanhamento de toda uma evolução do pensamento estratégico marxista, que começa com Marx e se prolonga até Saul Alinsky e Ernesto Laclau. Este último, invertendo a fórmula clássica das relações entre “infra-estrutura” e “super-estrutura”, propõe abertamente a tese de que a propaganda revolucionária cria livremente a classe da qual em seguida se denominará representante. Maior independência de toda “base econômica” não se poderia conceber. Aqueles que imaginam ter dado cabo do marxismo tão logo refutaram seus princípios econômicos se acreditam muito realistas, porque eles próprios são crentes devotos da “base econômica” do acontecer político, a qual os próprios marxistas já superaram há muito tempo. O marxismo deve ser estudado, em primeiro lugar, como uma “cultura”, no sentido antropológico do termo. Remeto os interessados a três artigos em que resumo o que penso a respeito (v.http://www.olavodecarvalho.org/semana/031218jt.htm,http://www.olavodecarvalho.org/semana/040101jt.htm ehttp://www.olavodecarvalho.org/semana/040108jt.htm). Em segundo lugar, deve ser estudado como ciência e técnica da ação revolucionária, da intervenção ativa da elite revolucionária na sociedade e na história. Essa ciência é tão veraz, e a técnica que nela se arraiga é tão eficiente, que delas resulta este fato, tão fundamental entre todos e tão solenemente ignorado pelos críticos do marxismo: há pelo menos um século e meio o comunismo é o único – repito: o único – movimento político organizado unitariamente em escala mundial e dotado de uma consciência clara da sua continuidade, bem como das suas metamorfoses estratégicas. Todos os seus pretensos adversários e concorrentes são fenômenos locais, inconexos e passageiros, espalhados no tempo e no espaço como grãos de poeira soltos no vento, incapazes não só de fazer face ao rolo compressor do movimento comunista, mas até de enxergá-lo como um todo.
Sem nenhuma presunção de expor aqui o fenômeno no seu conjunto, mas raciocinando antes em função exclusiva dos últimos acontecimentos no Brasil, destaco adiante alguns pontos que, se não forem levados em conta, tornarão inviável qualquer tentativa de compreender os lances mais recentes da história continental e nacional.
O primeiro desses pontos é o seguinte: nenhuma ação comunista tem jamais – repito: jamais – um objetivo único e linear. Todas as decisões do comando estratégico comunista são sempre de natureza dialética e experimental. De um lado, jogam sempre com uma multiplicidade de forças em conflito, não interferindo jamais no quadro antes de ter uma visão bem clara das contradições em jogo e dos múltiplos sentidos em que elas podem ser trabalhadas. Sob esse aspecto, o pensamento marxista não mudou muito desde o começo. Apenas aprimorou formidavelmente a sua visão das contradições, integrando no seu retrato mental da sociedade inúmeros tipos de conflitos novos que ou não existiam no tempo de Marx ou ele não julgou relevantes; por exemplo, o conflito entre os impulsos sexuais e a ordem social, ou entre pais e filhos. De outro lado, a essa visão dialética cada vez mais sutil e aprimorada o marxismo acrescenta o caráter experimental e não dogmático de todas as suas decisões e ações estratégicas. A articulação de dialética e experimentalismo permite que as ações do movimento comunista se beneficiem, por um lado, de uma multiplicidade de direções simultâneas que desnorteiam o adversário, e, por outro, de uma capacidade de agir por avanços e recuos mediante contínuas e não raro velocíssimas mudanças de rumo.
Quem quer que, ao analisar a recente explosão de protestos, concentre sua atenção nas reivindicações nominais – redução das tarifas de transporte público, “mais educação”, “mais saúde” etc. – para discutir sua justiça e viabilidade já prova, só nisso, sua total incompetência para lidar com o assunto. Mas quem quer que, furando essa primeira barreira de aparências, procure encontrar por trás delas um objetivo determinado e único que explique o conjunto, se engana talvez ainda mais desastrosamente.
Se os protestos têm um objetivo político determinado, este só é definido, na mente dos seus planejadores estratégicos maiores, em termos muito gerais e vagos. Gerais e vagos o bastante para admitir, a cada momento, novas e – para o adversário – imprevistas mudanças de rumo.
Tomando como ponto de partida o fato de que “o movimento” teve como seus criadores e mentores o Foro de São Paulo e a elite globalista condensada simbolicamente na pessoa do sr. George Soros, o seu objetivo geral já foi declarado muito antes de que o movimento eclodisse e não requer nenhum esforço especial de interpretação. Trata-se, em resumo, de encerrar a fase “de transição” e partir para a “ruptura” ou destruição ativa de um “sistema” já cambaleante e debilitado pela onipresente “ocupação de espaços”. Os slogans escolhidos para instigar a massa não têm, em si, a mais mínima importância. Podem ser trocados a qualquer momento, conforme o rumo que as coisas vão tomando. A técnica da mutação também não é rígida, mas adapta-se velozmente a uma conjuntura em constante transformação; transformação que o próprio movimento acelera por sua vez. Não se trata, portanto, de alcançar este ou aquele objetivo concreto em particular, mas de operar com um leque de possibilidades em aberto e conservar, na medida do possível, algum controle do conjunto.
Essas possibilidades são exploradas simultaneamente e, conforme uma ou outra se revele mais viável ou mais problemática, será intensificada ou refreada pelo comando do processo. As mais importantes, a meu ver, são as seguintes:
(a) Trocar a própria liderança visível da esquerda, substituindo os agentes da “transição” pelos agentes da “ruptura”, decididos a ações mais drásticas.
(b) Espalhar o caos para justificar medidas de força, aproveitando para, no mesmo ato, testar os “agentes de transição”: se conseguirem controlar repressivamente a situação e aumentar o poder do grupo dominante, sobreviverão; caso contrário, serão trocados.
(c) Incitar à ação pública as forças antagônicas (cristãos, patriotas, conservadores etc.), para mapeá-las e averiguar as possibilidades de controlá-las ou extingui-las.
(d) Caso a evolução do movimento se mostre majoritariamente favorável aos objetivos dos planejadores, fomentá-lo ainda mais para que a própria ação da militância enragée adquira autonomia e conquiste autoridade por si própria, transmutando-se em nova estrutura de governo.
Esta possibilidade, a mais ostensivamente “revolucionária”,.parece já ter sido excluída, na medida em que as forças antagônicas, malgrado sua total desorganização e ausência de comando, se mesclaram ao movimento, ocuparam as praças públicas e acabaram, em certos casos, por acuar e sobrepujar a militância esquerdista.
O próprio comando da esquerda militante ordenou que as manifestações cessassem, o que imediatamente deixa o campo livre para as massas antagônicas e favorece, ipso facto, a adoção da via repressiva para estrangular a ameaça de um “golpe teocrático e fascista”. Se esse estrangulamento tomará a forma de uma repressão policial violenta ou de um simples incremento do aparato de investigação e controle social, é cedo para dizer.
O detalhe mais importante, aí, é que as forças antagônicas se constituem exclusivamente de massas amorfas e desorganizadas, sem o mais mínimo comando estratégico e até sem aquelas figuras de heróis improvisados que um erro terminológico denomina “líderes”, quando o certo seria chamá-los apenas de “símbolos aglutinadores”. Essa massa é numericamente superior, seja à militância organizada do Foro de São Paulo, seja às tropas de arruaceiros subsidiadas pelo sr. George Soros. Sua presença nas ruas, bem como a vaia multitudinária que despejou sobre a presidenta Dilma Rousseff, são, no sentido mais estrito do termo, explosões espontâneas e anárquicas no mais alto grau, contrastando, nisso, com a ação bem planejada dos militantes do outro lado, que ocupam o espaço público armadas de instruções precisas, de slogans bem ensaiados (em Brasília, viu-se até o texto de uma convocatória inteira recitado em côro pela multidão). Desse modo, o que se viu nas ruas não foi uma competição entre forças de um mesmo gênero – duas militâncias, duas ideologias, duas forças políticas –, mas entre dois tipos de multidão radicalmente heterogêneos: a massa e a militância, a revolta confusa e a ação premeditada.
Quem não levar em conta esses fatores não entenderá absolutamente nada do que está acontecendo e estará privado até da mera possibilidade teórica de uma ação conseqüente.

***

O que acabo de dizer pode levar o leitor surpreso a concluir que no meu entender, ou mesmo na realidade das coisas, os mentores do movimento comunista são gênios fora do comum, capazes de pensar em todas as alternativas ao mesmo tempo e de manejar todas as peças do tabuleiro.
Decerto não é bem assim. Comparado com a vastidão do seu alcance, o movimento comunista teve um número relativamente pequeno de gênios estratégicos, a começar por Lênin e Stálin, e um número um pouco maior mas nada notável de talentos estratégicos secundários, como Saul Alinsky, Ernesto Laclau ou a dupla Cloward & Piven. Mas algumas regras explícitas e tácitas que esses e outros seguiram acabaram por se incorporar à “cultura” comunista, isto é, a um conjunto de hábitos reflexos de pensamento compartilhados por toda a militância, que os assimila sem grande exame crítico, às vezes até num nível semiconsciente e pré-verbal. Isso quer dizer que essas regras transparecerão nebulosamente na conduta de líderes e militantes como as regras da gramática transparecem, deformadas mas não abolidas, na fala de quem nunca estudou gramática.
Não é preciso dizer que, na passagem dos princípios estratégicos explícitos e criticamente elaborados às regras semiconscientes automatizadas, o que era tirocínio estratégico se rebaixa ao estatuto de cacoetes mentais e de uma espécie de estupidez astuta; a complexidade do raciocínio dialético aparece agora como pensamento dúplice e escorregadio, uma espécie de incompreensão maliciosa que tudo deforma, mas deforma num sentido coerente com os propósitos gerais do movimento comunista e benéfico aos interesses do Partido.
Quem estudou o livro do psiquiatra polonês Andrew Lobaczewski, Political Ponerology, reconhecerá aí a queda de nível desde uma liderança original psicopática a uma classe de epígonos histéricos. A psicopatia é compatível com elevado grau de inteligência e aguda consciência da situação real. O epigonato histérico copia a conduta psicopática sem compreendê-la muito bem e, por isso, não diferencia claramente o diagnóstico objetivo da situação e o discurso de auto-identidade partidária. Dito de outro modo: não percebe muito bem quando está descrevendo uma situação objetiva e quando a está deformando para reforçar o sentimento de unidade da militância, fomentar o ódio ao inimigo ou persuadir a militância a seguir determinada linha de ação. O psicopata, quando mente, sabe que mente. No histérico, a mentira conveniente já se interiorizou ao ponto de não poder ser discernida como tal. O resultado é que uma visão totalmente falsa da situação pode, paradoxalmente, produzir uma ação relativamente eficiente, na medida em que reflete ainda, de longe e obscuramente, a visão estratégica originária. É como se disséssemos que o epígono ou militante histérico é louco, mas não rasga dinheiro: tem uma visão deformada da realidade, mas deformada num sentido que, por força dos automatismos acumulados na cultura comunista e da sua raiz longínqua numa visão estratégica consciente, ainda favorece a ação partidária.
Um exemplo claríssimo desse fenômeno é o recente pronunciamento do sr. Valter Pomar, reproduzido abaixo como Apêndice 2.
Ele começa assim: “Quem militou ou estudou os acontecimentos anteriores ao golpe de 1964 sabe muito bem que a direita é capaz de combinar todas as formas de luta.”
Historicamente isso é falso. A direita brasileira nunca teve, por exemplo, um partido de massas ou uma militância adestrada e organizada. Muito menos teve uma rede mundial de partidos aliados, uma “internacional”. Nem teve uma rede organizada de editoras de livros como o Partido Comunista sempre teve. E, durante todo o tempo de ocupação esquerdista do governo, nunca teve à sua disposição centenas de jornais “nanicos” como a esquerda teve durante o regime militar. Muito menos uma militância estudantil significativa. Muitas são as “formas de luta” que lhe faltaram e faltam.
Pomar não parece ter a mínima consciência disso. No entanto, tomar a falsidade como um fato ajuda a fortalecer a unidade da militância esquerdista pelo temor a um inimigo comum evocado de um passado quase mítico.
Pomar não está mentindo intencionalmente. Está mesclando e confundindo os dois níveis de discurso – a descrição da realidade e o apelo à unidade do grupo ouvinte --, como é próprio dos epígonos histéricos e da “estupidez astuta” a que me referi, quase que uma “deficiência eficiente”, expressão paradoxal que corresponde à natureza paradoxal do fenômeno mesmo.

[Continua]

domingo, 23 de junho de 2013

Citações

"Só pelo fato de pertencer a uma multidão, o homem desce vários graus na escala da civilização. Isolado seria talvez um indivíduo culto; em multidão é um ser instintivo, por consequência, um bárbaro. Possui a espontaneidade, a violência, a ferocidade e também o entusiasmo e o heroísmo dos seres primitivos e a eles se assemelha ainda pela facilidade com que se deixa impressionar pelas palavras e pelas imagens e se deixa arrastar a atos contrários aos seus interesses mais elementares. O indivíduo em multidão é um grão de areia no meio de outros grãos que o vento arrasta a seu bel-prazer."
— Gustave Le Bon, "Psicologia das multidões"

“Uma massa é como um selvagem; não está preparada para admitir que algo possa ficar entre seu desejo e a realização deste desejo. Ela forma um único ser e fica sujeita à lei de unidade mental das massas. No caso de tudo pertencer ao campo dos sentimentos, o mais eminente dos homens dificilmente supera o padrão dos indivíduos mais ordinários. Eles não podem nunca realizar atos que demandem elevado grau de inteligência. Em massas, é a estupidez, não a inteligência, que é acumulada. O sentimento de responsabilidade que sempre controla os indivíduos desaparece completamente. Todo sentimento e ato são contagiosos. O homem desce diversos degraus na escada da civilização. Isoladamente, ele pode ser um indivíduo; na massa, ele é um bárbaro, isto é, uma criatura agindo por instinto.”
— Gustave Le Bon, “A multidão: um estudo da mente popular”

“Suponhamos que surja em uma rua grande comoção a respeito de alguma coisa, digamos, um poste de iluminação a gás, que muitas pessoas influentes desejam derrubar. Um monge de batina cinza, que é o espírito da Idade Média, começa a fazer algumas considerações sobre o assunto, dizendo à maneira árida da Escolástica: "Consideremos primeiro, meus irmãos, o valor da luz. Se a luz for em si mesma boa…" Nesta altura, o monge é, compreensivelmente, derrubado. Todo mundo corre para o poste e o põe abaixo em dez minutos, cumprimentando-se mutuamente pela praticidade nada medieval. Mas, com o passar do tempo, as coisas não funcionam tão facilmente. Alguns derrubaram o poste porque queriam a luz elétrica; outros, porque queriam o ferro velho; alguns mais, porque queriam a escuridão, pois seus objetivos eram maus. Alguns se interessavam pouco pelo poste; outros, muito. Alguns agiram porque queriam destruir os equipamentos municipais. Outros porque queriam destruir alguma coisa. Então, aos poucos e inevitavelmente, hoje, amanhã, ou depois de amanhã, voltam a perceber que o monge, afinal, estava certo, e que tudo depende de qual é a filosofia da luz. Mas o que poderíamos ter discutido sob a lâmpada a gás, agora devemos discutir no escuro.”
— G.K. Chesterton, "Hereges"

"Tudo neste mundo é difícil e trabalhoso. Esperar de uma simples explosão emocional das massas uma transfiguração da realidade histórico-social é aquilo que o Eric Voegelin chamava de ‘fé metastática’, uma doença gnóstica."
– Olavo de Carvalho

"A burrice, no Brasil, tem um passado glorioso e um futuro promissor"
(Roberto Campos)

"A raiva e o delírio destroem em uma hora mais coisas do que a prudência, o conselho, e a previsão não poderiam construir em um século."
(Edmund Burke)

"Os participantes de um movimento político normalmente ignoram seu fim, seu motivo e sua origem."
(Nicolás Gómez Dávila)

"As 'soluções' são as ideologias da estupidez."
(Nicolás Gómez Dávila)

"A crença na solubilidade fundamental dos problemas é característica própria ao mundo moderno. Que todo antagonismo de princípios é simples equívoco, que haverá aspirina para toda cefaléia."
(Nicolás Gómez Dávila)

"'Encontrar-se', para o moderno, quer dizer dissolver-se em uma coletividade qualquer."
(Nicolás Gómez Dávila)

"O amor à pobreza é cristão, mas a adulação ao pobre é mera técnica de recrutamento eleitoral."
(Nicolás Gómez Dávila)

Piada atual

Um português, um espanhol e um italiano encontraram um índio feroz na mata. O índio disse:
- Cara pálida pedir o que quiser, se índio trouxer faz canoa com couro de vocês!
Então o espanhol pediu um computador de última geração. O índio trouxe, matou o espanhol, tirou o couro e fez dele uma canoa.
Depois o italiano pediu um avião. O índio trouxe, matou o espanhol, tirou o couro e fez dele uma canoa.
Então chegou a vez do português e ele disse:
- Eu quero um garfo.
E o índio respondeu:
- Garfo? Muito fácil, cara pálida!
Então o índio trouxe um garfo. O português pegou o garfo, se furou todinho enquanto dizia:
- Com meu couro ninguém faz canoa! Com meu couro ninguém faz canoa!

Lembro dessa piada de quando era pequeno demais pra entendê-la. E hoje, relembrando-a, não posso deixar de notar uma certa "verossimilhança".

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Mascote da Copa 2014


QUER ENTENDER OS PROTESTOS?

QUER ENTENDER OS PROTESTOS? Ou quer salvar o Brasil "com as próprias mãos"? Eu sei que a maioria não quer entender nada e prefere a segunda opção. Mas você aí ainda pode ser salvo. Salvo como Rodrigo Constantino, economista e colunista do Globo, que agora se viu obrigado a citar Olavo de Carvalho: https://www.facebook.com/rodrigo.constantino.90/posts/624322764254035. Todos resistem por um tempo. Xingam, até. Alguns, pela vida inteira. Mas aos brasileiros que querem se tornar pessoas melhores, mais cedo ou mais tarde convém ter a humildade de aprender com o maior filósofo do país: "Boa, Constantino! A única virtude humana que existe é o desejo de melhorar." Assim disse Olavo de Carvalho. Porque, embora muitos acreditem que os sábios criticam os outros para vaidosamente humilhá-los, eles na verdade só o fazem por amor e desejo de que se corrijam. Então aprenda logo aí. E salve-se quem puder:

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"Se houvesse UM líder patriota com fibra suficiente para assumir a dianteira da confusão, eu estaria apelando a todos os cristãos e conservadores para que o seguissem, para que fossem às ruas e mostrassem a sua força, numericamente muito superior à dos contratados de George Soros. Mas esse um não existe. A única opção é ficar em casa ou aceitar ser massa de manobra."
(Olavo de Carvalho)

"O Paulo Tavares Júnior quer salvar o Brasil 'com as próprias mãos'. Será que ele pensa que é questão de punheta?"
(Olavo de Carvalho)

"Nunca subestimem a malícia comunista. Ela é capaz de manobras que ultrapassam infinitamente a imaginação do homem comum e até do 'político burguês' usual. Absorver a direita numa onda de protestos esquerdistas só para depois culpá-la de todas as violências ocorridas no processo é, para um planejador comunista, não apenas coisa banal, mas até obrigação. A turma do Foro está preparadíssima para usar a massa conservadora e patriota e depois jogá-la fora como se fosse um pedaço de papel higiênico, dizendo que com isso salvou o país de uma anarquia que arriscava levá-lo a uma 'ditadura teocrática e fascista'."
(Olavo de Carvalho)

"Quanto aos esquerdistas que estão por aí sacolejando bandeiras vermelhas, quem quer que não saiba que a bandeira vermelha trouxe mais morte, destruição, miséria e sofrimento do que todas as guerras, epidemias e terremotos somados, só prova que segue a sua própria fantasia em vez da realidade."
(Olavo de Carvalho)

"Ninguém tenta se precaver contra um mal que julga inexistente. Desde 1917 o comunismo vive, cresce e prospera de proclamar sua própria morte, anestesiando as vítimas antes de devorá-las. Estamos vendo o milésimo 'remake' dessa tragicomédia."
(Olavo de Carvalho)

"Há quantos anos digo em vão que o problema não é 'o PT' e sim o Foro de São Paulo e, por trás dele, os esquemas revolucionários internacionais? Vocês acham que dando um pé na bunda da Dilma vão resolver alguma coisa? O movimento comunista produz Dilmas com a facilidade de quem peida, e as joga fora sem a menor complacência quando chega o momento. Nossos conservadores e patriotas deveriam pensar não duas, mas mil vezes, antes de sair às ruas gritando slogans e engrossando um coro orquestrado por comunistas. Não digo que seja impossível transmutar o movimento, mas que é impossível fazê-lo sem uma liderança preparada. E bota 'preparada' nisso. No Brasil não há um só político direitista que tenha a astúcia, a coragem e o preparo estratégico de um Pedro Pomar ou de um Rui Falcão."
(Olavo de Carvalho)

"Examinem, por favor, o que se passa nas 'primaveras árabes'. Cada um dos ditadores nos países islâmicos foi colocado no poder pelo comunismo internacional, que agora, através de seu office-boy Barack Hussein Obama, promete derrubá-los e instaurar a 'democracia': o que vem então é uma ditadura ainda mais feroz, abertamente anticristã e esquerdista. Sem esquecer, é claro, que quem colocou Fulgêncio Batista no governo de Cuba foram os comunistas que depois o derrubaram. Nunca conheci um direitista brasileiro que tivesse lido Hegel, sem o que ninguém pode entender a visão comunista segundo a qual a História avança para o socialismo por meio de CONTRADIÇÕES. Direitista brasileiro imagina que comunismo é uma doutrina afirmativa simples e direta, (à qual ele opõe com ares triunfais a "doutrina do livre mercado"), quando na verdade ela é uma ENGENHARIA DA CONTRADIÇÃO, calculada para fazer crescer o poder do movimento revolucionário por meio do paradoxo e do conflito, nos quais TUDO, absolutamente TUDO pode ser absorvido e utilizado."
(Olavo de Carvalho)

"Querem formar uma liderança conservadora no Brasil? Me enviem dez pessoas com QI superior e excelente cultura histórica e política, dispostas a arriscar nessa empreitada, como os Founding Fathers, sua VIDA, sua LIBERDADE, seus BENS e sua HONRA (como tenho feito praticamente sozinho há décadas) e esse grupo será o núcleo de uma liderança que poderá surgir num prazo de, digamos, dez anos, caso encontre, no caminho, os recursos financeiros necessários. Tudo neste mundo é difícil e trabalhoso. Esperar de uma simples explosão emocional das massas uma transfiguração da realidade histórico-social é aquilo que o Eric Voegelin chamava de 'fé metastática', uma doença gnóstica."
(Olavo de Carvalho)

"Aos que, por ingenuidade ou espírito de provocação, dizem que eu deveria voltar ao Brasil para 'assumir a liderança', já expliquei que liderança não é um indivíduo dotado, mas uma organização preparada, pronta para a ação. Vocês acham que o próprio Lênin voltaria à Rússia se à sua espera houvesse apenas uma massa revoltada em vez de uma elite organizada, com vinte anos de experiência, pronta para tomar o poder?"
(Olavo de Carvalho)

"[Voltar ao Brasil para ser] Ministro da Educação, só se for com plenos poderes para fechar todas as universidades e demitir 99 por cento dos professores do ensino elementar e médio."
(Olavo de Carvalho)

"A direita no Brasil é um corpo fortíssimo, mas sem cabeça. Massas sem liderança organizada não chegam a parte alguma, por mais que esbravejem. Em todas as revoluções, quem tira proveito da agitação pública não é quem tem o coração do lado das massas, é quem tem a visão estratégica de para onde conduzi-las. O povo está CLAMANDO por uma liderança, e esta não aparece. E quando digo 'liderança' não me refiro a indivíduos dotados, mas a uma organização séria, longamente preparada, em silêncio, no estudo estratégico das possibilidades de ação. ESSA ORGANIZAÇÃO NÃO EXISTE, e nenhum homem sozinho, por mais dotado que seja, pode substituí-la. Um indivíduo dotado, sem uma organização por trás, pode ser um símbolo aglutinador, mas não um verdadeiro líder. Seria o profeta desarmado de que fala Maquiavel. Napoleão ergueu a cabeça sobre todo o país num momento de crise porque tinha o Exército francês por trás. Sem isso, sua genialidade e coragem não teriam servido para nada. O problema é que a nossa 'direita' - organizações religiosas incluídas - perdeu VINTE ANOS com discurseiras doutrinais ocas e exibições de asqueroso bom-mocismo, em vez de se preparar para a ação. Durante todo esse tempo implorei que se preparassem, que estudassem a fundo, que aprendessem a organizar militância, mas todos, sem exceção taparam os ouvidos ou se fizeram de superiores."
(Olavo de Carvalho)

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Mais comentários de Olavo de Carvalho sobre os protestos:

http://www.felipemourabrasil.com.br/2013/06/ei-manifestante-va-tomar-no-curling.html

http://www.felipemourabrasil.com.br/2013/06/a-culpa-da-corrupcao-e-do-foro-de-sao.html

Não entendeu nada? Keep calm, baby. No fim de julho, você terá um livro explicando tudo:https://www.facebook.com/felipe.m.brasil/posts/10151710469296874.

Ilusão

"Examinem, por favor, o que se passa nas "primaveras árabes". Cada um dos ditadores nos países islâmicos foi colocado no poder pelo comunismo internacional, que agora, através de seu office-boy Barack Hussein Obama, promete derrubá-los e instaurar a "democracia": o que vem então é uma ditadura ainda mais feroz, abertamente anticristã e esquerdista. Sem esquecer, é claro, que quem colocou Fulgêncio Batista no governo de Cuba foram os comunistas que depois o derrubaram. Nunca conheci um direitista brasileiro que tivesse lido Hegel, sem o que ninguém pode entender a visão comunista segundo a qual a História avança para o socialismo por meio de CONTRADIÇÕES. Direitista brasileiro imagina que comunismo é uma doutrina afirmativa simples e direta, (à qual ele opõe com ares triunfais a "doutrina do livre mercado"), quando na verdade ela é uma ENGENHARIA DA CONTRADIÇÃO, calculada para fazer crescer o poder do movimento revolucionário por meio do paradoxo e do conflito, nos quais TUDO, absolutamente TUDO pode ser absorvido e utilizado."
- Olavo de Carvalho

Eu acrescento:
O erro de alguns conservadores e principalmente dos libertários é achar que ao combater o comunismo, lidam com uma coisa normal, simplesmente uma ideologia da qual discordam e que pode ser vencida pelo poder da argumentação lógica. Eu queria mesmo que fosse algo tão simples e fácil, mas não alimento esse tipo de ilusão.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Alerta antigo

As multidões desenfreadas nas ruas, que são o caminho para as grandes brutalidades e injustiças, manifestação do primitivismo, mais um exemplo da horda, movidas por paixões, sobretudo o medo, aguçadas pelos exploradores eternos de suas fraquezas, pelos demagogos mais sórdidos, passam a ser exemplos de superioridade humana.

Tais espetáculos apresentam-se aos olhos de muitos como o mais alto estágio da grandeza humana. São elogiados como manifestações de “consciência social”, da “vontade popular”, etc. Nada há aí de grandioso. Não que os homens não possam unir-se para manifestar o que desejam, o que temem, o que querem. Para isso há meios vários, cultos, ordenados, superiores para propagar o seu querer, o seu pensar e o seu desejo. Uma sociedade culta multiplica esses meios e não usará, senão em casos extremos, a horda, a enxurrada popular, o desenfreio.

A opinião pode organizar-se em órgãos cultos e civilizados, e ter meios também cultos e civilizados de manifestar-se. E são eles suficientemente poderosos e eficazes para atingir as metas desejadas. A horda deve ser a última coisa que se deva utilizar. No entanto, açulam-se as suas formações, como se esse caminho não fosse o mais apto para criar césares, em vez de organizar um movimento de profundidade culta. Esses movimentos só têm servido para apoiar tiranos e desenvolver a brutalidade organizada, porque o desenfreio das massas nas ruas não pode ser permanente, e exige, desde logo, a imposição da ordem, o que favorece, então, o emprego desmedido da força e o abuso dela, com conseqüências graves e perniciosas até para aqueles que foram os mais ativos nessas manifestações bárbaras.

- Mário Ferreira dos Santos, filósofo brasileiro (escreveu isso há mais de 40 anos)

Trecho de artigo de Olavo de Carvalho

Mesmo os mais ardentes propugnadores de uma intervenção militar afirmam que as Forças Armadas não se moverão para colocar ordem no caos se não forem convocadas a isso, explicitamente, pelo clamor das ruas, como aconteceu em 1964, quando, na maior manifestação popular até então registrada na nossa História, a sociedade civil exigiu o fim do governo Goulart.
Acontece que em 1964 ninguém saiu às ruas para pedir que os militares tomassem o poder. Eles o fizeram por decisão própria, traindo e depois expulsando da política a própria liderança civil cujo chamado alegavam atender. O que a população pedia era simplesmente o fim do descalabro janguista e a realização de novas eleições num prazo de seis meses. Os militares ocuparam a presidência ao longo de vinte anos porque se achavam gênios iluminados capazes de resolver todos os problemas do país. Não digo que não resolveram nenhum. Fizeram a economia crescer e construíram importantes obras de infra-estrutura. Mas, quando voltaram aos quartéis, em 1984, o movimento comunista, que haviam prometido eliminar, estava mais forte do que nunca, dominava a mídia, as universidades e o movimento editorial, controlava o partido de oposição e estava pronto para retornar triunfalmente ao poder de uma vez para sempre, como de fato veio a acontecer. 
Foi o próprio governo militar que, rasgando o ventre em que foi gerado, tornou inviável qualquer nova intervenção posterior das Forças Armadas, mesmo nos momentos mais dramáticos como o de agora. Não faz sentido destruir a liderança civil e depois esperar que ela convoque de novo, para salvar o Brasil, aqueles mesmos que a destruíram.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Sequência matadora de postagens de Olavo de Carvalho no Facebook hoje pela manhã

1 - Do ponto de vista dos organizadores e líderes, o sentido do movimento é claro: acabou a fase de transição, de conchavos e acomodações; agora é o socialismo para valer e foda-se a primeira leva de revolucionários que nos conduziu até aqui. Para os participantes, exceto os bem treinados, que sabem a quem obedecem, o negócio pode significar o que bem desejem.
Nunca imaginei que a inteligência da massa universitária pudesse descer tão baixo. No Occupy Wall Street você não encontrará um único baderneiro que imagine estar participando de um movimento “apolítico”, que ignore tratar-se de iniciativa da esquerda radical. No Brasil, cada um atribui ao movimento como um todo a vontade pessoal que o anima por dentro. Porque o sujeito não se sente comunista, e participa do movimento, ele conclui que o movimento não é comunista. Parece impossível explicar a essas criaturas que um movimento político não é a confluência fortuita de emoções íntimas que, por casualidade, estavam na mesma praça na mesma hora. Nunca a expressão “massa de manobra” foi mais oportuna e exata.

2- Aqueles que acham impossível a esquerda lutar contra a esquerda, quando na verdade todas as revoluções só crescem por cissiparidade, deveriam antes notar o que está acontecendo nos EUA: Bill Ayers, mentor e padrinho político de Barack Hussein Obama, agora está berrando que o homem deveria ser processado por crimes políticos. Isso é simplesmente normal, é a regra, acontece em 100 por cento dos casos. A revolução é uma divindade saturnina que come os seus próprios filhos.
P. S: Só escapa dessa regra o revolucionário que tenha a sorte de morrer em tempo ou de viver o bastante assumir ele próprio o comando das metamorfoses e matar todos os seus antigos companheiros. Lenin e Stálin exemplificam os dois tipos respectivamente.

3- O que a massa sente e imagina não conta. O que conta é: quem comanda? Quem planejou? Quem subsidia? Qual a estratégia geral em que se insere o movimento? A massa, se surgir de dentro dela uma liderança antagônica aos organizadores iniciais, pode, é claro, mudar o curso das coisas, mas cadê essa liderança? Como ela não existe, os anticomunistas que participam dos protestos são a massa de idiotais úteis mais solícita que já existiu.

4- O Foro de São Paulo quer dar o "salto qualitativo"para o socialismo; se para isso for preciso destruir o PT, ele nem se incomoda.

terça-feira, 4 de junho de 2013

Ter governo

Eu não gosto do governo. Quanto maior, pior. Mas acho um mal necessário. Os libertários que se propõem a não ter governo nenhum, um dia serão governados por ditadores comunistas ou pelo Islã. Um colega certa vez questionou porque o Islã nunca se metia com o Brasil, apenas com os Estados Unidos. A explicação que ele deu pra isso é que o Brasil nunca se metia com o Islã, mas os Estados Unidos sim. Por isso o Islã só teria problemas com os EUA, mas deixavam o Brasil de lado. Oras, qualquer um sabe que no dia que os EUA caírem para o Islã, todo o mundo ocidental, inclusive a periferia onde estamos, cai junto. É apenas por isso que o Islã aparentemente não liga para o Brasil. Não é por não ter nada contra os brasileiros e considerar nosso estilo de vida mais apropriado que o dos americanos. É simplesmente porque, de todas as nações do mundo, o Islã só precisa derrubar os Estados Unidos. Por isso, apesar de volta e meia se noticiarem sobre células dormentes por aqui, eles aparentemente não perdem tempo conosco. Ter um governo não livra uma nação de ser dominada pelo Islã ou pelo comunismo, até porque, em um estado democrático, podemos votar em comunistas islâmicos como Barack Obama, ou em comunistas populistas e filoditadores, como o governo do PT. Mas não ter governo algum torna a queda para o Islã ou para uma ditadura militar comunista uma mera questão de tempo.