domingo, 30 de junho de 2013

Postagens do amigo Luiz Fernando Vaz no Facebook

Aborto

O problema do Estado em legislar sobre o comportamento humano está essencialmente na mediação abusiva entre o ato propriamente dito e a consciência humana. Quando o Estado garante o direito irrestrito ao aborto, por exemplo, ele desumaniza o ato individual. O que na esfera pessoal é sempre um 'drama' passa a ser, na esfera social, uma fria estatística - é a mesma diferença essencial entre o homicida que faz questão de executar pessoalmente suas vítimas e o tirano que ordena execuções através de um memorando. Tendo a crer na expiação do homicida, mas não creio com fé na expiação de uma sociedade culpada. Aí me perguntam: "mas uma mulher não tem direito de abortar?" Respondo. "Tem." O que ela não tem é o direito de socializar o seu drama repartindo sua parcela de culpa por toda a sociedade. O mesmo digo da adoção de crianças por gays. Perguntam novamente: "Qual o problema dos gays em adotar?" Respondo: "Nenhum". Mas novamente reitero a diferença entre o acontecimento do drama pessoal do abandono de uma criança e a impessoalidade de uma legislação que só enxerga obstáculos burocráticos. Uma coisa é um arranjo íntimo com todas as suas consequências psicológicas e existenciais, outra é um arremedo frio e industrial de reparação.

Homofobia

Debochar de Marco Feliciano acusando-o de ser um 'gay enrustido' não seria 'homofobia'? Ora, se você acredita diminuir a moral de alguém dessa forma é porque algo na condição homossexual tem de demérito. Se procuro atingir a inteligência ou a falta de inteligência de alguém xingando-o de 'burro' é porque acredito que o alegado demérito do animal justifica a comparação. Fazer uma montagem debochada de 'Marcos Feliciano' retratado como um travesti espalhafatoso não seria um preconceito contra os mesmos travestis espalhafatosos? O que tem de mal em ser um travesti espalhafatoso para que isso possa ser ofensivo a Marcos Feliciano? Espalhar maldosamente uma suposta declaração de que o ator Alexandre Frota 'ficou' com Marcos Feliciano não seria uma ridicularização desse tipo de relacionamento? O politicamente correto faz uma estranha justiça: combate a ofensa elevando a enésima potência o direito de ofender.

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