quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Texto de pedro henrique medeiros no facebook, arquivado para consultas posteriores.

Quanto aos recentes protestos, acredito que as divergências se iniciaram quando, em uma das manifestações do ano passado, e que não lembro o dia, Kim teve a brilhante idéia de marchar a pé até Brasília. Alguns disseram que foi uma idéia pessoal do Kim anunciada em microfone do carro de som no calor do momento, e que depois virou ‘estratégia’ do MBL. No começo, a coisa parecia ter o tom de que esses mongolóides chegariam à Brasília e lá continuariam os protestos e a pressão.
Creio que a grande maioria das pessoas não se importou muito naquele momento, porque a previsão do prazo que os 'Forrests Gump' iriam demorar a chegar ao Distrito Federal era, mais ou menos, o tempo que houve de intervalo entre os protestos anteriores. “Se os caras querem andar não sei quantos quilômetros, o problema é deles” - pensei. Então começou a campanha para que doações fossem feitas ao MBL, para bancar os peregrinos, e um tom meio que de fazer chantagem emocional e psicológica começou a tomar conta dos apoiadores da tal Marcha. O MBL e seus militantes passaram a cobrar que pessoas se juntassem aos caminhantes da marcha e os acolhessem pelo caminho; pediram que o povo do caminho oferecesse itens essenciais, como comida, água, hospedagem, internet, etc. Aquela ameaça de ‘vocês ficam o dia inteiro com a bunda no sofá e atrás de um computador e só sabem criticar’ imperava. Pessoas foram cobradas e convocadas a se juntarem à marcha num tom de ‘ameaça’, como se tivessem a obrigação de largar suas obrigações e afazeres para bancar essa aventura, que foi fruto da idéia de um garoto inconseqüente; o clima era de: as pessoas ‘deveriam’ apoiar a marcha incondicionalmente, financiá-la, juntar-se a ela, defendê-la publicamente. Muita gente achou isso um absurdo (eu incluso).
A coisa deixou de ser uma escolha pessoal e particular de certo setor da manifestação e, de um jeito bem estranho e suspeito, começou a tomar a forma de uma decisão unânime da massa; tudo isso noticiado todos os dias pela mídia, por páginas do facebook e não desmentido pelo MBL. A fama parece que subiu à cabeça dos envolvidos e a verdade não mais importava. Queriam entrar para a História e, quem sabe, escrever um livrinho depois, contando a aventura (isso já conseguiram, com a editora Record). Um motorista ainda 'faz o favor' de atropelar o Kim e o japa virou ‘um mártir em sua busca por um Brasil melhor’. As atenções se voltaram para a tal marcha, com ajuda de muitas mídias, enquanto a organização de outras manifestações e os outros grupos foram negligenciados. Os outros Estados e Cidades foram boicotados pela mídia e abandonados. Olavo de Carvalho e Jair Messias Bolsonaro, embora reverenciados e aclamados em todos os protestos, não foram procurados pela imprensa. O racha no movimento e o desprezo pela estratégia da marcha aumentavam a cada dia.
MBL entrou com ação na justiça para que os intervencionistas mantivessem distância deles no protesto anterior. Era comum ler, no feed do facebook, pessoas dizendo que nos carros de som do MBL eram proibidos palavrões, falar do Foro de São Paulo, xingar os tucanos no microfone e fazer orações como o Pai Nosso e a Ave Maria.
Olavo, mesmo apoiando toda e qualquer medida de protesto que fosse contra o governo, passou a ver nisso tudo um desvio do foco inicial das manifestações (e foi acusado de tudo quanto é coisa por causa disso, até de inveja). Não só Olavo, mas várias outras pessoas. Não lembro bem o que aconteceu quando os peregrinos estavam chegando à Esplanada. Se não me falha a memória, houve uma manifestação bem pequena, embora o MBL esperasse mais gente. Foi pequena porque as pessoas que não gostaram da estratégia da marcha e dos acontecimentos dos últimos protestos boicotaram, e as pessoas dos outros Estados não iriam se deslocar até Brasília, por motivos óbvios.
O repúdio da grade massa de indignados nas ruas era, praticamente, contra todos os políticos (com poucas exceções, como Bolsonaro, Caiado e mais alguns). A idéia era jogar os corruptos na lata do lixo, mesmo que metaforicamente. Um protesto com dois milhões de pessoas é uma Revolução, com R maiúsculo. A maior da História do país. Mas os auto-intitulados e proclamados líderes preferiram pensar com os próprios miolos, com selo chico cazzo de qualidade. O povo via, pela internet, as barracas no gramado e sentia vergonha de 'estratégia' tão humilhante e vexatória, com a galera do piquenique levando porrada até do MST e os acampados sendo furados com palitinho de dente por uma senhora de uns 60 anos de idade. Por fim, foram expulsos da grama e tiveram que voltar pra casa. Era véspera de outra manifestação.
Não lembro quando apareceram na cena a Janaína Paschoal, Hélio Bicudo e o Miguel Reale Jr., com o tal pedido de Impeachment. Um protesto de dois milhões de pessoas, que tinha força de FAZER EXIGÊNCIAS (como, por exemplo, convocar uma coletiva de imprensa ao vivo, em horário nobre, em todas as mídias), preferiu sentar na graminha e ficar mendigando coisas que viriam das mãos das tais instituições e dos políticos que o Brasil todo sabia que eram corruptos e estavam aparelhados. Quando cunha acolheu o pedido, a cena daqueles retardados pulando igual a umas gazelas no escritório do MBL fez muitos brasileiros enfiarem a cabeça na terra de vergonha. O grande racha ocorreu quando a Revolução se rendeu ao ‘respeito pela Constituição’, ao 'Estado democrático de Direito' e às tais das 'Instituições'. Percebemos que algumas pessoas ficaram do lado do processo legalista e outras passaram a repudiar tal iniciativa. Estes primeiros foram acusados de ter influência e ligação com setores da ‘oposição política’, do PSDB. Justificável acusação. Os segundos foram chamados de ‘anti-democráticos’ por Reinaldo Azevedo.
Olavo deu vários conselhos e se colocou à disposição para conversar diretamente com quem se apresentasse, e continuou fazendo posts e hangouts diários em todas as redes sociais. Olavo passou a ser ignorado pelo MBL e criticado por seus membros e militantes apoiadores. A coisa ficou meio tucanada.
Vimos:
- O post do Fábio Ostermann (até então, um dos responsáveis pelo MBL) chamando o Olavo, entre outras coisas, de ‘aspirante a analista político’ (sic);
- A entrevista do Kim ao programa Pânico da Jovem Pam, em que o oriental resumiu Olavo a uma pessoa que diz que fumar faz bem pra saúde, que diz que tem fetos na Pepsi, que diz que o mundo gira em torno da terra, que diz que combustíveis fósseis não existem, etc - todas as difamações típicas de esquerdistas;
- A entrevista do Kim ao canal ‘Minha Brasília’, no YouTube, em que ele falou bobagens sobre Jair Bolsonaro;
- O debate do Kim com o pessoal da ‘esquerda democrática’ da UNE, em que o japa usou o Jair em exemplos completamente desnecessários.
O racha se estendia a coordenadores locais e estaduais que 'tretavam' o dia inteiro contra aqueles que eram contra a ‘bicudagem’. Estratégia que, a despeito de todos os conselhos e argumentos do Olavo, muita gente aderiu.
A postura do MBL de ‘censura’ nos protestos anteriores, a ‘Marcha Pra Brasília’, o ‘Acampamento pelo Impeachment’ e a aliança com a Esquerda na estratégia da ‘Bicudagem’ acabou, SIM, por minar a força dos protestos, pois transferiu a iniciativa popular para as mãos dos políticos que o povo tanto achincalhou. Isso melou os protestos, praticamente matou a coisa.
O pessoal do MBL está mais interessado em se inserir no ‘estamento burocrático’ do que combatê-lo e derrubá-lo. Kim falava para o povo boicotar a Folha de São Paulo (que sempre fez uma cobertura criminosa dos protestos) num dia e depois aceita virar um de seus colunistas. Pelo desenrolar das coisas e alguns fatos que vieram à tona ultimamente -- sobre as ligações do MBL com grupos libertários e institutos internacionais--, o povo (de maioria conservadora) já está esperto com candidatos do MBL que, se não são libertários coordenadores locais do EPL, estão subordinados às orientações da central do MBL e deverão seguir as idéias degeneradas destes malucos.
Já não bastava o MBL foder com tudo, agora tem mais essa: libertários com agenda importada de globalistas do Cato Institute e dos Irmãos Koch inseridos na política. O povo brasileiro tem mais é que mandar esses retardados para a puta que os pariu.
Olavo explicou várias vezes que ia dar merda, que não adiantaria mendigar coisas de instituições aparelhadas -- o golpe do STF contra o impeachment e a forte ameaça de queda do Cunha estão aí para provar isso.