domingo, 11 de agosto de 2013

Soneto Para o Meu Pai

O semblante do meu pai é grave,
Temível para o menino aqui dentro.
Queria conhecer seus pensamentos
Sempre guardados aí nesse enclave.

Acalanto um sonho com o momento
Em que derrubo a porta, sem chave
O menino cede ao homem, eu entro
E sinto tua alma, e ela é suave.

Hoje também tornou-se grave
O meu semblante, como ave
De mesma plumagem, argumento

Que é por ti que eu me oriento
Pedindo desculpa pelo entrave
De ser um bocadinho rabugento.