domingo, 23 de junho de 2013

Citações

"Só pelo fato de pertencer a uma multidão, o homem desce vários graus na escala da civilização. Isolado seria talvez um indivíduo culto; em multidão é um ser instintivo, por consequência, um bárbaro. Possui a espontaneidade, a violência, a ferocidade e também o entusiasmo e o heroísmo dos seres primitivos e a eles se assemelha ainda pela facilidade com que se deixa impressionar pelas palavras e pelas imagens e se deixa arrastar a atos contrários aos seus interesses mais elementares. O indivíduo em multidão é um grão de areia no meio de outros grãos que o vento arrasta a seu bel-prazer."
— Gustave Le Bon, "Psicologia das multidões"

“Uma massa é como um selvagem; não está preparada para admitir que algo possa ficar entre seu desejo e a realização deste desejo. Ela forma um único ser e fica sujeita à lei de unidade mental das massas. No caso de tudo pertencer ao campo dos sentimentos, o mais eminente dos homens dificilmente supera o padrão dos indivíduos mais ordinários. Eles não podem nunca realizar atos que demandem elevado grau de inteligência. Em massas, é a estupidez, não a inteligência, que é acumulada. O sentimento de responsabilidade que sempre controla os indivíduos desaparece completamente. Todo sentimento e ato são contagiosos. O homem desce diversos degraus na escada da civilização. Isoladamente, ele pode ser um indivíduo; na massa, ele é um bárbaro, isto é, uma criatura agindo por instinto.”
— Gustave Le Bon, “A multidão: um estudo da mente popular”

“Suponhamos que surja em uma rua grande comoção a respeito de alguma coisa, digamos, um poste de iluminação a gás, que muitas pessoas influentes desejam derrubar. Um monge de batina cinza, que é o espírito da Idade Média, começa a fazer algumas considerações sobre o assunto, dizendo à maneira árida da Escolástica: "Consideremos primeiro, meus irmãos, o valor da luz. Se a luz for em si mesma boa…" Nesta altura, o monge é, compreensivelmente, derrubado. Todo mundo corre para o poste e o põe abaixo em dez minutos, cumprimentando-se mutuamente pela praticidade nada medieval. Mas, com o passar do tempo, as coisas não funcionam tão facilmente. Alguns derrubaram o poste porque queriam a luz elétrica; outros, porque queriam o ferro velho; alguns mais, porque queriam a escuridão, pois seus objetivos eram maus. Alguns se interessavam pouco pelo poste; outros, muito. Alguns agiram porque queriam destruir os equipamentos municipais. Outros porque queriam destruir alguma coisa. Então, aos poucos e inevitavelmente, hoje, amanhã, ou depois de amanhã, voltam a perceber que o monge, afinal, estava certo, e que tudo depende de qual é a filosofia da luz. Mas o que poderíamos ter discutido sob a lâmpada a gás, agora devemos discutir no escuro.”
— G.K. Chesterton, "Hereges"

"Tudo neste mundo é difícil e trabalhoso. Esperar de uma simples explosão emocional das massas uma transfiguração da realidade histórico-social é aquilo que o Eric Voegelin chamava de ‘fé metastática’, uma doença gnóstica."
– Olavo de Carvalho

"A burrice, no Brasil, tem um passado glorioso e um futuro promissor"
(Roberto Campos)

"A raiva e o delírio destroem em uma hora mais coisas do que a prudência, o conselho, e a previsão não poderiam construir em um século."
(Edmund Burke)

"Os participantes de um movimento político normalmente ignoram seu fim, seu motivo e sua origem."
(Nicolás Gómez Dávila)

"As 'soluções' são as ideologias da estupidez."
(Nicolás Gómez Dávila)

"A crença na solubilidade fundamental dos problemas é característica própria ao mundo moderno. Que todo antagonismo de princípios é simples equívoco, que haverá aspirina para toda cefaléia."
(Nicolás Gómez Dávila)

"'Encontrar-se', para o moderno, quer dizer dissolver-se em uma coletividade qualquer."
(Nicolás Gómez Dávila)

"O amor à pobreza é cristão, mas a adulação ao pobre é mera técnica de recrutamento eleitoral."
(Nicolás Gómez Dávila)

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