domingo, 1 de abril de 2012

Post do Facebook sobre internação de Eliot

Desde terça-feira, 27/03, o meu filhote está internado no Hospital da Unimed aqui em Feira de Santana, o único hospital credenciado pelo plano de saúde Cassi que faz internação infantil. Da terça pra quarta ele dormiu junto com a mãe numa espécie de enfermaria infantil completamente precária e inapropriada, num tipo de maca pra crianças, sem grades, obrigando a mãe a passar a noite acordada, tomando conta, sentada numa daquelas cadeiras de plástico de varanda que se compra em supermercado. No outro dia pela manhã quando fui visitá-lo antes de ir ao trabalho eles ainda estavam lá, e o hospital dizia providenciar um apartamento até o meio-dia. Voltei à tarde, 15h, e meus amores continuavam no mesmo estado. Dessa vez a enfermeira chamou um segurança para me expulsar do local, alegando que só podia ficar um acompanhante. Fiquei sabendo que pela manhã acontecera o mesmo com a minha mãe. Comecei a reclamar dizendo que minha esposa já estava ali cansada, que eu estava lá pra ajudá-la e não estava atrapalhando e ela falou que era por causa da superlotação. Eu reclamei das condições do local e questionei como permitiam que uma mãe passasse a noite ali com um filho de 8 meses, mas não permitiam que o pai viesse ajudar no outro dia, ao mesmo tempo em que disse que não sairia de lá nem obrigado. Disse que quem deveria sair dali era ela, que não estava fazendo nada. A enfermeira considerou minha reação como uma grande falta de educação da minha parte, que educação vinha de berço (engraçado ela dizer isso, pois berço é justamente o que faltava e um dos motivos da minha indignação), não era obrigada a ouvir aquelas coisas etc. E eu falei que ela ouvia porque tinha falado, se tivesse ficado calada não teria ouvido nada. Continuei a reclamar das condições do local e do sofrimento dos meus amores. Ela respondeu, como uma pessoa de sensibilidade notável, que quem estava passando por aquilo era meu filho e não eu. Eu nem consegui acreditar que tinha ouvido aquilo, e não entendi como ela imaginou que isso fosse algum atenuante pra situação, pois sempre achei que qualquer pessoa normal sofreria muito mais pelo filho do que por si própria. A coisa ficou nesse pé, e só depois das 18h o hospital acomodou meu filho e minha mulher num apartamento. Acomodou muito mal, diga-se de passagem, pois o quarto não tinha berço, apenas um leito para pacientes adultos, e minha esposa ainda tem que vigiar o sono dele durante a noite. Mesmo após pedir o berço todos esses dias, não conseguimos nada. Na quinta-feira meu filho de 8 meses fez um punção lombar. Na sexta-feira meu filho foi sedado para fazer uma tomografia. Após acordar do sedativo, uma enfermeira tentou ativamente assassinar meu filho levando ao quarto dele um xarope (que imagino aceleraria os batimentos cardíacos e misturado aos efeitos de um sedativo poderia provocar parada cardíaca), e teimando que deveria dar o xarope mesmo quando questionado a respeito pela mãe. Não deu porque o menino estava mamando e minha mulher pediu que esperasse. Após isso minha mulher leu o nome que estava no remédio e era para Daniel. Todo mundo sabe que meu filho se chama Eliot e até hoje não sabemos se Daniel recebeu o remédio correto. Hoje, sábado, fiquei sabendo que derramaram o material coletado na punção lombar e por isso não tinham feito o exame. Amanhã meu filho precisará passar novamente por esse procedimento doloroso e arriscado.
A boa notícia é que o menino tem tomado antibióticos e, apesar do Hospital Unimed, aparenta estar com a saúde de um touro.

Como o texto está sendo compartilhado e comentado inclusive por várias pessoas que não conheço, meu pai me aconselhou a trocar o que escrevi, onde disse que a enfermeira "tentou ativamente assassinar meu filho". Eu não vou trocar. O que escrevi, escrevi. É uma maneira de falar. Eu sei que ela não tinha esse objetivo, pois acredito que seja no mínimo uma pessoa sã, mas esse poderia ser o resultado da sua atitude desleixada e irresponsável. Eu não tenho como provar que isso aconteceu, exceto pelo testemunho da minha esposa, mas faço questão de deixar registrado, e com essas palavras mesmo, pois era a vida do meu filho que estava em perigo, por conta da negligência dela.

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