domingo, 19 de setembro de 2010

Reinaldo Azevedo e seu post atemporal

Sei bem o que consideram insuportável no meu blog: blogueiros, hoje em dia, querem ser inclusivos, falar para todo mundo, doutrinar, ganhar pessoas. Eu não quero. Todo mundo que me interessa me lê. Blog é um troço pessoal: é quase um festa que você oferece a alguns convidados — acabo de voltar de uma: gente que eu nem imaginava é fã deste blog, ainda que possa ter suas críticas. Gente querida. Eu lá quero que fascistinhas vagabundos entendam o que faço? Não quero. Não sou pastor; não sou missionário; não sou padre. Sou mesmo exclusivista. Há algum cálculo nisso? Talvez. É claro que sei que há quem entre aqui só para espiar, para me esculhambar, para ver o que “a direita está pensando”. Aí eles tentam me ofender: “Seu direitista!” E eu respondo: “Sou de direita, sim, porque aceito a diferença; porque aceito o indivíduo; porque renego a verdade ditada por um ente de razão; porque não acredito no fim da história, num lugar a que fatalmente chegaremos se pensarmos bem”. Por isso sou direitista: porque acredito na indeterminação do mundo, e não em leis quase físicas que ditam o rumo da história”. Aí, coitadinhos, eles se confundem! Porque consigo ter a liberdade que eles não têm; a tolerância que eles não têm. Aí eles se confundem porque, no meu mundo, há um lugar pra eles, mas, no mundo deles, eles me mandariam para o paredão. Em nome do povo. Eu quero que o povo se dane. Eu não acredito em povo. O povo é uma abstração totalitária. Eu acredito em pessoas.

Esse é um texto admirável de Reinaldo Azevedo. Foi escrito em 27 de maio de 2007, mas pode ser lido em qualquer dia, nunca perderá o valor.

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